Obras

Empório Celeste do Conhecimento Benevolente: Um Inventário Incompleto de Extinções na RPC (2018 -)
Parte 1: biblioteca de cassetes e parafernália associada;Parte 2: cabeça de tigre em madeira e binóculos;Parte 3: tinta sobre papel, som, texto e materiais de arquivo.
Dimensão variável

Os biólogos acreditam que o planeta se encontra no sexto evento de extinções em massa. A subida das temperaturas, o agravamento da poluição e dos níveis de toxicidade do meio ambiente ameaçam desigualmente as diversas forma de vida. De que forma podemos responder ao apelo de Donna Haraway para “viver e morrer bem uns com os outros, num presente denso”? Quais as políticas, poesias e afectos da finitude mais-que-humana? Em 2018/19 a artista australiana Tessa Zettel recebeu um grupo regular de estudo da extinção no Institute for Provocation (Instituto para a Provocação), Pequim, como forma de levar os participantes a pensar em grupo sobre estas questões. Todos os encontros e visitas de estudo foram gravadas e arquivadas sob a forma de uma videoteca de minicassetes sobre questões relacionadas com a extinção, englobando territórios como o niilismo fóssil, pombos passageiros, estética de bases de dados, de-extinção e cosmoecologia.

“Extinction Club Reading Group” enquadra-se num projecto de mais longo-termo da artista para realizar à mão, uma enciclopédia especulativa sobre as extinções na China. Em texto, desenho e som, o "Empório Celeste do Conhecimento Benevolente: Um Inventário Incompleto de Extinções na RPC" refere-se a não-humanos (animais, pássaros, gastrópodes), linguagens e modos de vida que correm risco de permanente extinção. Lendas curiosas de perdas passadas e iminentes entrelaçam-se na paisagem em rápida mudança da China, como o pangolim com 80 milhões de anos de idade (o mais ilegalmente traficado e completamente explorado mamífero do mundo); o funcionalmente extinto baiji (Lipotes vexillifer) ou golfinho do rio Yangtze (Neophocaena asiaeorientalis) que está em via de extinção, e o outrora localmente extinto veado de Père David, hoje próspero no Nanhaizi Park de Pequim. Tomando o seu título e categorias da enciclopédia ficcional Chinesa na história curta de Jorge Luis Borges, “The Analytical Language of John Wilkins” (1952), este livro inacabado é uma espécie de compêndio crítico ficcional delirante que descreve como diferentes seres, ecologias, e histórias são entrelaçadas em redes materiais e éticas, nascidas ao longo dos tempos e nos espaços, pelas dinâmicas de colonização, extracção e troca. Cada publicação irá conter uma cassete com contribuições sonoras de se alguns artistas, respondendo a figuras locais de extinção, desde o dǎkǒu ou cut-out CD, ao peixe-espátula pré-histórico Chinês.

A obra dispõe-se de biblioteca de cassetes de discussão e parafernália associada à obra "Extinction Club Reading Group, Beijing Chapter" (2018 – 19); cabeça de tigre em madeira e binóculos da obra "Those that from a distance look like flies" (2019); e tinta sobre papel, som, texto e materiais de arquivo da obra "Empório Celeste do Conhecimento Benevolente: Um Investimento Incompleto de Extinções da RPC" (2018 – em andamento).

Cortesia da artista

 

 

 

 

 

local: “Avanços e recuos da globalização” EXPOSIÇÃO PRINCIPAL,Museu de Arte de Macau
16/07/2021~15/08/2021
Praça do Tap Siac, Edif. do Instituto Cultural, Macau
tel | 28366866
fax | 28366899
email | webmaster@icm.gov.mo