Esta obra de arte mostra uma concha de madrepérola com um chip incrustado contendo fragmentos de informações como poemas, diários e palavras não ditas que registei. O artista tenta deixar que o tempo e a vida evolvam, camada sobre camada, essas melancolias existenciais abstractas que foram percebidas, tal como se forma a madrepérola. O trabalho foca-se nas matérias orgânicas cristalizadas na natureza, explorando como as criaturas se integram na tecnologia e são lançadas num mundo imensurável, apenas para flutuar numa suspensão onde não podem ser definidas. A obra assemelha-se a uma lágrima viva, embora eu continue a produzir pérolas todas as noites, pois quero continuar a derramar lágrimas e a brilhar intensamente.
 

Wang Xun
Nascido em 1996, é bacharel pela Academia de Belas Artes de Veneza e está a cursar pós-graduação na Academia Central de Belas Artes. Participou de exposições como "Landless" (2023) no a.m. space, Hong Kong, "Starry Night Fantasia" (2023) no Museu de Arte Yuan de Chongqing e "Colheita de Outono" (2021) no Centro de Arte King & Wood Mallesons em Pequim. Wang Xun inspira-se no desamparo poético do ser humano: Diante do dilema pós-moderno de que "tudo o que é sólido foi reduzido a cinzas", o ser humano liberta-se da imensa teia em que está enredado, e o torna incapaz de confiar no próximo. Sem padrões definidos a seguir, almas impotentes e sem-abrigo ainda conseguem extravasar os limites do individualismo e sintonizar entre si.