Quando tudo é projectado para ser funcional, é possível que ela, especialmente a inteligência artificial, se torne outra forma de existência além da humana? Se ela se torna nada, será a sua produção apenas um suspiro?

O modelo de IA em “Um Suspiro” foi treinado com base em conteúdos de um diário recolhidos na China nesta década. Ele pode gerar um diário de qualquer data, mas como está conectado a um dispositivo de computador controlado numericamente que só pode produzir calor, o diário final gerado torna-se calor. Quando o papel térmico é exposto ao calor, surgem no papel formas borradas de textos.

“As alegrias e tristezas dos seres humanos não estão conectadas”. Desde o início, o projecto não esperava que as pessoas se entendessem. Mesmo quando as pessoas falam a mesma língua, os indivíduos não se conseguem entender completamente, por causa das suas experiências diferentes. O projecto também não pretendia forçar ninguém a entender ninguém, incluindo a inteligência artificial e os humanos. É fornecida à inteligência artificial uma grande quantidade de dados, e esta esforça-se para criar um diário. Finalmente, é apenas um suspiro, um sopro ou um nada.

Li Qijing

Zoe Li Qijing é uma artista interdisciplinar especializada em arte de novos media, instalações cinéticas e instalações interactivas. Zoe obteve o seu bacharelato em Belas-Artes na School of the Art Institute of Chicago com especialização em filme e novos media e obteve um mestrado em arte digital do Instituto Pratt. Vive e trabalha actualmente entre Nova Iorque e Shenzhen. Zoe investiga o papel abstracto dos seres humanos num mundo tecnológico, explorando a posição do “eu” dentro de um sistema, que pode incluir a herança cultural e histórica, o espaço virtual ou o mundo físico. O seu objectivo é desviar perspectivas da normalidade e levantar questões ao público. Já expôs o seu trabalho na Galeria Pratt Manhattan e na Galeria Latitude, em Nova Iorque; na 9.ª Conferência sobre Computação, Comunicação, Estética e X e no Fake/Reality Daedalus Project Multimedia Art Festival, na Europa; no Shanghai Himalayas Museum e Ming Contemporary Art Museum (McaM), em Xangai; no Museu de Arte de Shenzhen, etc.