Obras

Leão Macho (2014)
Escultura, bronze
118 x 44 x 66 cm

Em 2012, Yunizar começou a trabalhar seriamente em escultura, produzindo esculturas de bronze fundido, em tamanho real, impressionantes. Os produtos das experimentações escultóricas de Yunizar revelam a sua evolução fluida a partir de um tema que ele estabeleceu na sua prática de pintura: trazer a maravilha infantil para assuntos triviais, nos quais o mundo quotidiano serve como fonte ilimitada de inspiração. Ao contrário das suas pinturas, onde muitas vezes a presença de rabiscos rítmicos e impressionistas criavam na tela marcas fluidas, disformes e intuitivas, as suas esculturas assumem formas mais ousadas e definidas.

Os detalhes, formas e texturas nos seus temas esculturais são sólidos e intrincados, ajudando a capturar as qualidades caprichosas do seu elenco cada vez mais alargado de criaturas imaginativas. Juntos, eles revelam a habilidade do artista de infundir magia no que, de outra forma, seria banal e mundano. Retratando um leão parecido com um monstro, quase surreal, “Leão Macho” encapsula a forma como, tal qual nas suas pinturas, os temas escultóricos podem à primeira vista parecer inocentes e “ingénuos”, mas após uma inspecção mais detalhada são plenos de profundidade, complexidade e sofisticação.
 


Yunizar

Yunizar (n. 1971, Talawi, Sumatra Ocidental, Indonésia) formou-se no Instituto Indonésio de Artes (ISI) em Yogyakarta em 1999 e é um membro proeminente do grupo Jendela, o colectivo de arte contemporânea mais destacado da Indonésia. Expôs individualmente pela primeira vez em 2007 no Museu da Universidade Nacional de Singapura (NUS). Uma obra sua foi premiada como Melhor Pintura na Exposição Peksiminas III (1995) e ganhou o Prémio Philip Morris V de Melhor Pintura (1998).

O treino artístico de Yunizar traduz-se no seu complexo estilo expressivo através de composições interessantes e do subtil esquema de cores. Os elementos naturais são os temas das grandes telas e esculturas de bronze de Yunizar. Concebidas a partir do conceito holístico de “rasa” (acto de perceber o todo de uma só vez, envolvendo simultaneamente sentimentos, emoções, sensações, percepções e julgamentos), as suas obras retratam visões de um mundo perdido, tão natural e arquetípico que chega a ser mitológico. Imune a qualquer tendência da sociedade contemporânea, Yunizar testemunha silenciosamente a degradação da cultura tradicional da Indonésia, gradualmente corroída pela pressão da modernidade, mas tais contingências actuais não conseguem anular a sua dimensão própria.
 


Cedida pela Tang Contemporary Art 

local: Museu de Arte de Macau
28/07/2023~29/10/2023
Praça do Tap Siac, Edif. do Instituto Cultural, Macau
tel | 28366866
fax | 28366899
email | webmaster@icm.gov.mo