No enquadramento do tema da Arte Macau, as curadoras fizeram uma seleção de obras da coleção onde, de forma objetiva, subjetiva ou simbólica, se cruzam os binómios sorte & azar, espiritualidade & ciência, ordem & caos, conflito & compatibilidade, solidão & comunhão, intenção & acaso.
As curadoras escolheram 27 obras de arte, numa alusão ao “Clube 27”, a lista de artistas visuais, músicos e atores que morreram com 27 anos, passando este a ser um marco fatídico, mas, também, de imortalidade. Representando mais de 40 anos de criação artística contemporânea, diferentes linguagens e tecnologias, que passam pelo vídeo, pintura, escultura ou instalação, a mostra privilegia a profusão de elementos, a poética da cor, as composições complexas e de detalhe, a dimensão de arquivo e memória do corpo humano e uma leitura das arquiteturas dadas pela sobreposição de planos. Este cruzamento de propostas convida à contemplação e a um pensamento sobre o tema desta edição, alinhando-se com uma visão transversal e global das tradições religiosas, das superstições e do contraditório que encontra eco no campo alargado das ciências. Foi, por isso, relevante, pensar um conjunto de artistas de diferentes nacionalidades e gerações, sendo cada um deles representante de um olhar sobre o mundo.