Como Fischli e Weiss foram progressivamente ganhando sucesso, encontraram-se frequentemente ziguezagueando pelo globo e, em consequência, a gastar imenso tempo em aeroportos. O cenário mostrou-se tão intrigante como os famosos locais documentados pelos artistas em “Visible World”, e cedo deu origem à sua própria série fotográfica. Estas familiares perspectivas de pistas, parques de estacionamento, lounges e hangares oferecem algumas indicações para diferenciar uma plataforma de transporte da outra. A sua penosa semelhança – variando configurações de aviões, equipamento de terra, camiões de combustível, transportadores de bagagens – realça a rotina genérica de levar pessoas de um lugar para outro. Simultaneamente, as fotos transmitem a complexidade por trás dos eventos quotidianos das viagens globais.

A sugestão de que um céu azul ou asfalto não possam substituir qualquer outro enfatiza o sentido peculiar de desconexão do tempo que os aeroportos engendram. Os viajantes não estão aqui nem ali. Enquanto lembretes da monotonia das viagens para e de vários destinos, eles são também superfícies estáticas nas quais os espectadores podem projectar aos seus próprios voos de fantasia.

Quando confrontados como uma interminável série de slides, as específicas conglomerações de edifícios e pistas de aterragem retratadas em “Aeroportos” perdem significado, abrindo por sua vez portas para o escape pessoal e portais para o regresso a casa.

Courtesy of the artists and Galerie Eva Presenhuber