Obras

Cayuco – Picada de Oujda até Melilla (2012)
Vídeo HD 16:9, cor, som, legendas em Inglês
00:15:00

Milhares de migrantes Subsarianos ficam encurralados em Marrocos – fim de linha obrigatório, barragem de contenção para a Europa. Vivem nas colinas que nos arredores da fronteira com Melilla, esperando que a sua viagem, a fazer por mar, se torne realidade. No Mount Gurugú, vivem ao relento em instalações improvisadas, feitas com telas de plástico, ramos e cordas, esperando a oportunidade de atravessar a fronteira. Estas comunidades têm sido estigmatizadas e marginalizadas, e objecto de rejeição e violência institucionalizada.

O primeiro estágio do projecto começou com um exercício cartográfico, montado através dos relatos de vários migrantes clandestinos – juntamente com a assistência de três organizações que os apoiam – de forma a reconstruir o caminho que têm que percorrer através do deserto Marroquino. 

Num segundo estágio, uma reprodução em gesso de um cayuco (pequeno barco de pesca utilizado frequentemente por migrantes clandestinos) foi transportada pelo deserto durante vários dias, reproduzindo a rota previamente traçada com as organizações. O caminho começa na fronteira – fechada – da Argélia, perto de Oujda, com o enclave Espanhol de Melilla. Em virtude de ter sido arrastada pelo chão, a escultura desgasta-se pouco a pouco sob o peso da sua marcha, marcando ao mesmo tempo, como lembrete, a trilha branca do seu caminho. Assim, o cayuco torna-se uma ferramenta de traçagem cartográfica, projectando uma efémera cartografia da dimensão da vida do seu caminho rumo ao Mount Gurugú A viagem termina com o encontro com essas pessoas cuja precaridade do seu êxodo as trouxe a esta montanha, instalada no bordo da fronteira de Melilla, onde muitas delas se têm escondido por já vários anos, esperando pelo momento quando lhes será possível atravessar para o outro lado.

Cortesia do artista e ADN Galeria

local: “Avanços e recuos da globalização” EXPOSIÇÃO PRINCIPAL,Museu de Arte de Macau
16/07/2021~17/10/2021