Obras

Os Nossos Corpos Transformaram-se em Ouro (2018)
Vídeo e um livro
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Recentes despejos em massa e demolições entre a quinta e sexta estradas circulares em Pequim afectaram muitas vidas. Simultaneamente, vários cemitérios da área - antigos e actuais - foram destruídos, perturbando as práticas fúnebres e a paz dos espíritos.

Reflectindo sobre um cemitério de um bairro específico, demolido, o filme experimental “Os Nossos Corpos Transformaram-se em Ouro” examina esta devastação na perspectiva dos “mortos” e mais além. Antes da destruição ter lugar, os aldeões desenterram as urnas dos seus antepassados e familiares para evitar o má sorte. O vídeo especula sobre este evento em termos de espiritualidade, temporalidade, necro e sóciopolíticas e capitalismo global. Como e que tipo de intervenção política e ética activa ou resistência podem sujeitos não-humanos e não-vivos exercer (localmente e globalmente) nos sistemas social, ecológico e económico? “Os Nossos Corpos Transformaram-se em Ouro” reflecte nos modos de colaboração e transformação com os mais-que-humanos. Abrindo um diálogo transcultural, este projecto pluri-vocal e intersubjectivo atrai amplamente para a meditação no site, através da comunicação com os espíritos através do Mestre Taoísta Wu Dangfeng e intercâmbio com o erudito espiritual Li Chunyuan, assim como considerações escritas pela filósofa e teórica feminista Rosi Braidotti, e o filósofo Gilles Deleuze. Estes pontos de vista são tomados paralelamente com o conhecimento local e experiências vividas.

A instalação, na qual a artista é a narradora que fala na primeira pessoa do plural, reflecte as vozes das múltiplas subjectividades continuamente em mudança (humanas ou não) que contam a história. Este “nós” questiona os processos de ligação, exclusão, formação de fronteiras, desafiando divisões e narrativas dualistas tais como matéria/mente, sobrenatural, baixa cidadania, enquanto simultaneamente enfatiza as noções de parentesco e éticas de coexistência. Além disto, o uso da forma plural em vez do “Eu” na língua chinesa é comum e visto como um gesto de humildade.

Cortesia da artista e Lumen Travo Gallery

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

local: “Avanços e recuos da globalização” EXPOSIÇÃO PRINCIPAL,Museu de Arte de Macau
16/07/2021~15/08/2021