Obras

Memória Olfativa (2021)
Instalação (algodão, vinagre branco)

A primeira instalação de “Memória Olfativa” teve lugar em 2007, no edifício Wilhelmina Gasthuis Gate, em Amesterdão.

O terreno WG foi o local do hospital para vítimas da peste negra no século XVI. Os edifícios do terreno carregam esta história consigo. A instalação estava a reflectir sobre esta história através da arquitectura. Durante a epidemia de peste, o vinagre teve um papel especial. Foi usado para desinfecção e contra o odor da doença. Quando entravam no terreno, os médicos cobriam as suas faces com pedaços de pano embebidos em vinagre, de forma a protegerem-se. Isto também pode ser visto como uma alegoria a outras acções humanas, assim como processos de contaminação e virulência.

Hoje, este terreno tornou-se, por via de alterações arquitectónicas, um local de vida e trabalho. Muitos elementos ainda nos lembram da sua história, mas a sua função mudou e os elementos “indesejáveis” foram modificados ou destruídos. Em vez de deixar a história para atrás, a intervenção reflecte sobre ela através de uma memória “multissensorial”.

A instalação para a Bienal de Macau (2021) não representa apenas à epidemia histórica da peste bubónica, mas está simultaneamente a traçar um paralelo com a situação actual com o SARS-CoV-2, e os métodos e práticas rígidos de saneamento, higiene e protecção que isso implica. As peças de tecido de algodão penduradas nas paredes foram embebidas em vinagre. O odor do tecido molhado não é muito intenso, mas é reconhecível. As peças do tecido e a evaporação do líquido reflecte o movimento das pessoas, entrando e saindo através da passagem – como que respiração ou ritual de purificação.

Cortesia da artista e Lumen Travo Gallery

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

local: “Avanços e recuos da globalização” EXPOSIÇÃO PRINCIPAL,Museu de Arte de Macau
16/07/2021~15/08/2021