Obras

Reenquadramento do Artista (2010)
Vídeo
00:35:00

É muito comum os artistas serem representados de forma esteriotipada no cinema. Seja em ficção ou filmes biográficos, a caracterização do artista define-o normalmente por um comportamento idiossincrático, pelos seus casos amorosos, a sua autodestruição associada com a mistificação da sua produção criativa ou em encontros com outros protagonistas do mundo artístico como o coleccionador, o comerciante de arte, o modelo ou o estudante de arte. Os artistas são quase sempre pintores, o que também confirma a inadequadação das representação.

No vídeo “Reframing the Artist” (Reenquadramento do Artista), fragmentos de aproximadamente 50 filmes diferentes, tais como, “Pollock”, “Surviving Picasso” ou “La Belle Noiseuse” são reconfigurados na Oil Painting Village (Cidade da Pintura a Óleo), Dafen. Dafen, situada em Shenzhen, China, é o maior produtor do mundo (produção em massa) de reproduções manuais de pinturas óleo-em-tela, fornecendo o mercado global.

No vídeo pintores Dafen assumem o papel de actores amadores ao representar fragmentos de cenas cinematográficas de artistas variados. Todas as cenas tomam lugar em cenários inalterados nas próprias casas dos actores, estúdios, lojas ou galerias na Dafen Oil Painting Village (excepto inserção de alguns adereços pintados dos mesmos filmes reencenados produzido em Dafen que reaparecem em “Reenquadramento do Artista”).

A produção em massa de cópias de pinturas a óleo em Dafen, e o recorrente uso de estereótipos artísticos nos filmes de mass media convergem para uma nova sobreposição de narrativa de ficção e documentário. Através de uma mudança de contexto, “Reenquadramento do Artista” levanta a questão acerca do ponto de vista dos outros, tanto os artistas visuais como os pintores de cópias Chineses. Desafia as definições de cópia e original e as relações miméticas implicadas como fundo para um encontro entre a arte conceptual internacional e a pintura chinesa, reprodução massiva de pinturas a óleo e cânone ocidental de arte. “Reenquadramento do Artista” está estruturado em cinco capítulos: artista e autenticidade, artista e mercado, artista e crise, artista e estudante, artista e modelo. O carácter repetitivo do vídeo permite ao espectador que em qualquer altura entre e saia da exibição.

“Reframing the Artist” foi subsidiado pelo Netherlands Film Fund (Fundo Cinematográfico Holandês).

Cortesia do artista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

local: “Avanços e recuos da globalização” EXPOSIÇÃO PRINCIPAL,Museu de Arte de Macau
16/07/2021~15/08/2021