Tendo como ponto de partida espiritual a viagem europeia não concretizada de Wu Li (nome de cortesia Yushan, nome artístico Mojing Daoren, 1632-1718) — pintor do início da dinastia Qing e convertido ao catolicismo — esta exposição está instalada num edifício independente na historicamente rica Rua dos Curtidores de Macau (antigo local da Aldeia do Poço de Água Fria, primeira residência de Wu Li em Macau). Através de três enquadramentos conceptuais — “O Olhar do Tempo”, “Desconstrução e Reconstrução” e “Empoderamento Emocional” — combina a resiliência cultural única de Macau com o conceito da modernidade líquida de Zygmunt Bauman (1925-2017) para explorar como as mudanças contemporâneas nas crenças espirituais permitem a Macau gerar novas transformações criativas a partir de interstícios culturais.

A exposição reúne criadores interdisciplinares de Macau e do Interior da China para revitalizar a comunidade urbana antiga através de instalações, vídeos e artes performativas. Aproveitando o próprio espaço arquitectónico, cria uma plataforma de diálogo cultural que funciona como ponto de convergência de espíritos artísticos, reconfigurando a memória cultural de Macau.