Obras

Pohon (Árvore)
Yunizar (Indonésia)
Escultura, bronze
124 x 131 x 205 cm
2019

Medindo dois metros de altura e intitulada “Pohon (Árvore)”, esta escultura posiciona-se de forma impressionante. Como imagem independente, reivindica uma presença física decisiva. Ao visualizá-la, deparamos e lidamos com tal reivindicação.

Um caule sobe verticalmente de um recipiente cilíndrico, estendendo-se forçadamente ao longo da planta. Ramos, de variados comprimentos e alinhados em diferentes direcções, disparam para a direita e para a esquerda, projectando-se do caule a intervalos regulares e a quase toda a sua altura.

As flores estão em plena floração, totalmente abertas, com pétalas e estames esticados para fora na sua máxima extensão. Eles surgem nas extremidades dos ramos. O caule é coroado por uma flor bem aberta, de forma semelhante às dos ramos, e orientada simultaneamente em duas direcções. Isso quer dizer que a flor no topo tem dois aspectos, de costas um para o outro, voltados para direcções opostas.

O aspecto duplo da flor no topo do caule anuncia as complexidades envolvidas na visualização desta escultura de uma planta florida. A este respeito, sugiro que as flores sejam indicadores significativos do desdobramento da obra nos seus múltiplos aspectos, em direcções múltiplas, e de nossa recepção desses aspectos.

— T. K. Sabapathy, excerto de “On Seeing Yunizar’s Sculptures” [Ao ver as esculturas de Yunizar] (2022)
 


Yunizar

Yunizar (n. 1971, Talawi, Sumatra Ocidental, Indonésia) formou-se no Instituto Indonésio de Artes (ISI) em Yogyakarta em 1999 e é um membro proeminente do grupo Jendela, o colectivo de arte contemporânea mais destacado da Indonésia. Expôs individualmente pela primeira vez em 2007 no Museu da Universidade Nacional de Singapura (NUS). Uma obra sua foi premiada como Melhor Pintura na Exposição Peksiminas III (1995) e ganhou o Prémio Philip Morris V de Melhor Pintura (1998).

O treino artístico de Yunizar traduz-se no seu complexo estilo expressivo através de composições interessantes e do subtil esquema de cores. Os elementos naturais são os temas das grandes telas e esculturas de bronze de Yunizar. Concebidas a partir do conceito holístico de “rasa” (acto de perceber o todo de uma só vez, envolvendo simultaneamente sentimentos, emoções, sensações, percepções e julgamentos), as suas obras retratam visões de um mundo perdido, tão natural e arquetípico que chega a ser mitológico. Imune a qualquer tendência da sociedade contemporânea, Yunizar testemunha silenciosamente a degradação da cultura tradicional da Indonésia, gradualmente corroída pela pressão da modernidade, mas tais contingências actuais não conseguem anular a sua dimensão própria.
 


Cedida pela Tang Contemporary Art

local: Museu de Arte de Macau
28/07/2023 - 29/10/2023