Nas esculturas que compõem esta série, o artista procura ilustrar a fragmentação e recomposição do humano contemporâneo, através da extroversão de elementos relacionados com a vida quotidiana. Propõe um jogo mental em que o humano projeta seus desejos, interesses e ideais sobre o cacto podendo formar-se uma nova entidade que não é nem planta nem animal, mas que existe num imaginário coletivo, sujeita aos significados que os objetos encerram e que o cacto tem hoje.
Gabriel Rico Natural de Lagos de Moreno (Jalisco, 1980) Gabriel Rico vive e trabalha em Guadalajara, no México. Descrevendo-se como um “ontologista com uma metodologia heurística”, Rico inter-relaciona objectos e materiais que encontra, retrabalhando-os para criar esculturas que convidam o espectador a reflectir sobre a relação entre os seres humanos e o seu ambiente natural. Por vezes usa néon, cerâmica, montagens de taxidermia, galhos de árvores e objectos ainda mais pessoais das suas próprias vivências para criar uma equação ou formulação, alcançando uma geometria precisa, apesar da natureza orgânica instável dos seus materiais. As suas instalações combinam formas naturais e anti-naturais, tratadas de forma poética e irónica, com uma insistência na necessária contemplação da sua assimetria, bem como dos nossos próprios defeitos culturais e políticos. Gabriel expôs recentemente em museus e galerias de todo o mundo, nomeadamente no Museu Beiqiu de Arte Contemporânea, em Nanjing, China, e no Black Cube, em Denver em 2022; no Instituto de Arte Contemporânea, em San Diego, na Galeria Perrotin, em Nova York e na Galería OMR, na Cidade do México em 2021; na Galeria Perrotin, em Paris, em 2020. O seu trabalho foi incluído na 58ª Bienal de Veneza e faz parte da Fundação de Cerâmica Coreana (KOCEF), entre outros.
Curador: Qiu Zhijie Courtesy of the artist and Perrotin