Obras

Facetas da AGI: Uchambuzi (Análise)
Obvious (França)
Algoritmo das GANs, madeira ofoton & osese, pó de giz preto e tinta
55 x 17 x 9 cm
2020

Nesta África fictícia, os especialistas conseguiram finalmente encontrar um ancestral comum a todas as máscaras africanas, em oposição à teoria dominante de que essas máscaras surgiram de forma independente. Uma descoberta perturbadora, que muda toda a percepção de como as diferentes sociedades e etnias da África interagem entre si, descreve que todas as pessoas fazem parte de uma sociedade secreta única e parecem ligados a um ideal único, embora cada uma delas tenha uma maneira muito específica de abordar esse ideal.

A série compõe-se de 22 obras. Todas essas obras de arte foram inventadas usando Redes Adversárias Gerativas (GANs), que são algoritmos capazes de criar visuais novos e exclusivos com base num grande número de exemplos. Treinámos vários modelos num banco de dados de milhares de máscaras africanas. Os algoritmos entenderam as semelhanças e nuances entre todos esses modelos e conseguiram criar peças originais. Com base nas criações dos algoritmos, o artista ganense Abdul Aziz Muhamadu esculpiu e pintou máscaras de madeira.
 


Obvious

Obvious é um colectivo francês de artistas e investigadores, incluindo Hugo Caselles-Dupré (n. 1993), Pierre Fautrel (n. 1993) e Gauthier Vernier (n. 1993), que usam algoritmos para criar arte. O seu trabalho centra-se nas novas ferramentas disponíveis no domínio da inteligência artificial e na forma como podem ser utilizadas para fins artísticos, jogando com a incerteza inerente às novas tecnologias e propondo aplicações desviadas que vão mais além do que um simples pedido aos dados existentes. Pioneiros da arte digital, foram também os primeiros artistas franceses a criar NFTs já em 2018. Vivem e trabalham em Paris.

As obras de Obvious situam-se na encruzilhada da ciência, história e arte. Cada peça é o resultado de longas horas de pesquisa num processo iterativo com algoritmos — através do mundo digital e da arte gerada por IA e, finalmente, de volta ao mundo físico. Além de explorar a linguagem da criação homem-máquina, utilizam e reinterpretam a história da arte como um meio, com atenção especial para a construção de cenários ficcionais, muitas vezes complexos.

O seu trabalho foi apresentado em várias instituições: Museu Nacional de Arte da China (Pequim, China, 2019), King Fahd Cultural Centre (Ryadh, Arábia Saudita, 2019), Hermitage Museum (São Petersburgo, Rússia, 2019), Haus der Kunst (Munique, Alemanha, 2020), Cité des Sciences et de l’Industrie (Paris, França, 2021), Rencontres d’Arles (Arles, França, 2022), K11 Art Museum (Hong Kong, China, 2022), etc. As suas obras integram diversas colecções particulares.
 


Cedida pela Galeria Danysz, França 

local: Museu de Arte de Macau
28/07/2023 - 29/10/2023