“CDOSEA (O Dicionário Crítico do Sudeste Asiático)” começa com uma pergunta: O que constitui a unidade do Sudeste Asiático — uma região nunca unificada pela língua, religião ou poder político? CDOSEA prossegue propondo 26 termos — um para cada letra do alfabeto. Cada termo é um conceito, um motivo ou uma biografia e, juntos, são fios que tecem uma tapeçaria rasgada e esfarrapada do Sudeste Asiático. O Dicionário, desde a sua criação em 2012, gerou uma série de obras de cinema, de teatro e de instalação de Ho Tzu Nyen. De “T (para Tigre)” e “W (para Weretiger)” surgiram “Ten Thousand Tigers” [Dez Mil Tigres] (2014), “2 or 3 Tigers” [2 ou 3 Tigres] (2015), “Timelines” [Linhas do Tempo] (2017) e “One or Several Tigers” [Um ou Vários Tigres] (2017). “The Nameless” [O Inominado] e “The Name” [O Nome] (ambos de 2005) surgiram do “L (para Lai Teck)” e “G (para Gene Z. Hanrahan)”, respectivamente. Desde 2016, Ho trabalha com um grupo de colaboradores para “manifestar” o Dicionário como um todo. Com os programadores residentes em Berlim Jan Gerber e Sebastian Lütgert (0x2620), foi criada uma plataforma online de absorção e anotação de materiais para “alimentar” um Sistema de Edição que compõe infinitamente novas combinações de materiais audiovisuais de acordo com os 26 termos do Dicionário.
Ho Tzu Nyen Ho Tzu Nyen nasceu em 1976 em Singapura, onde vive e trabalha. Repleto de inúmeras referências culturais orientais e ocidentais que vão da história da arte ao teatro e do cinema à música e à filosofia, as obras de Ho combinam narrativas míticas e factos históricos para convocar diferentes compreensões da história, da sua escrita e transmissão. O tema central da sua obra é uma investigação de longo prazo sobre a pluralidade de identidades culturais no Sudeste Asiático, uma região tão multifacetada em termos de línguas, religiões, culturas e influências que é impossível reduzi-la a uma simples área geográfica ou alguma base histórica fundamental. Esta observação sobre a história desta região do mundo reflecte-se nas suas peças que tecem diferentes regimes de conhecimento, narrativas e representações. Da pesquisa documental à fantasia, o seu trabalho combina, em instalações muitas vezes imersivas e teatrais, imagens de arquivo, animação e filme. Realizaram-se exposições individuais no Museu Hammer (2022), Toyota Municipal Museum of Art (2021), Crow Museum of Asian Arts (2021), Yamaguchi Center for Arts and Media [YCAM] (2021), Edith-Russ Haus for Media Art (Oldenburg, 2019), Kunstverein em Hamburgo (2018), Ming Contemporary Art Museum (McaM) (Xangai, 2018), Asia Art Archive (2017), Guggenheim Bilbao (2015), Mori Art Museum (2012), The Substation (Singapura, 2003). Representou o Pavilhão de Singapura na 54.ª Bienal de Veneza (2011).